quarta-feira, 21 de outubro de 2009

LIBERDADE...

De repente, quando me dei conta, estava vendo e ouvindo a chuva cair, as gotas cor de prata que escorregavam pelo vidro da janela. Existia uma sintonia entre o som e a dança de cada gota. Mas nem a mágica da natureza conseguia me arrancar do tédio, me tirar da minha solidão.
Fechei os olhos para tentar ligar-me à TV que estava ligada apenas por companhia, mas era em vão. Precisava encontrar algo que me libertasse de mim mesmo. O som do violão não tinha vida, minha voz saia rouca e meio pálida e as letras no papel estavam apagadas demais.
E novamente me sentia hipnotizado pelo barulho constante e monótono da água fria lá fora, no escuro das 11h da noite, as gotas dançantes pareciam fazer um convite. Um vento frio entrou pela porta que estava aberta agora, um arrepio subiu pela nuca, era o prazer se aproximando. Olhei para o céu, respirei fundo e corri em direção ao objeto do meu desejo, a chuva.
Que sensação! Que liberdade era aquela que eu experimentava, os pingos bailavam em mim agora e eu neles. Fechava e abria os olhos, olhava o céu, não havia lua e nem estrelas, apenas nuvens que eu só conseguia enxergar por causa dos tons de vermelho e laranja que assumiam, era de lá que saia a água que me libertava de mim, a água que escorria no meu corpo, que molhava minha roupa, que infiltrava em meus cabelos e descia em minha face e parava no canto dos meus lábios. huumm!
Deitei no chão, senti a chuva me desenhando, me moldando, me lavando. Que prazer que é essa liberdade de viver!!!

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